As mulheres afectadas por gripe durante a gravidez têm duas vezes mais possibilidades de conceber um filho autista, revela um estudo realizado na Dinamarca e publicado nos Estados Unidos.
A investigação, baseada em entrevistas com as mães, envolveu quase 97 mil crianças dinamarquesas entre 8 e 14 anos nascidas entre 1997 e 2003. Deste total, apenas 1% (976) foi diagnosticado com autismo.
Mas quando os autores perguntaram às mães se haviam sofrido algum tipo de enfermidade durante a gravidez, entre as que relataram a ocorrência de gripe o risco de ter um filho autista mais que duplicou, destaca o estudo publicado pela revista americana Pediatrics.
O risco até triplicou quando as mães sofreram febre por períodos prolongados, de sete dias ou mais de duração, antes da 32ª semana de gravidez.
Os autores ignoram "se o tratamento com antibióticos está associado com o autismo observado". "Esta relação entre antibióticos e autismo é algo novo e ainda não confirmado", sustentaram.
Face ao vínculo observado entre a gripe da mãe e o autismo da criança, os autores do estudo recomendam às mulheres grávidas que se vacinem por precaução.
Os investigadores realizaram o estudo com base em resultados de um trabalho realizado com ratos que sugeriu que a activação do sistema imunológico materno durante a gravidez pode provocar deficiências no desenvolvimento neuronal do feto.