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Dieta familiar: a adaptação à dieta do Bebé…
Outubro, 2012
Dra. Solange Burri - Consultora em Alimentação
Projecto babySol® - Segurança Alimentar e Nutrição Infantil

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  Embora, subtilmente, já tenha focado este assunto no Blog BabySol®, está na altura de dedicar-lhe, hoje, um artigo. Refiro-me à responsabilidade do grande momento em que o Bebé integra, finalmente, as refeições familiares, juntando-se à mesa e comendo o que lá encontra...

  Nas últimas semanas tenho insistido um pouco na necessidade de adequar o plano alimentar do Bebé, em função das necessidades nutricionais que vai exigindo, mas também para que, atingidos os 12 meses, a criança esteja, finalmente, adaptada à dieta familiar. Ou seja, deverá existir um processo de evolução alimentar que compreende essencialmente as seguintes etapas:

  1 - Introdução da diversificação alimentar: quando o Bebé deixa de ter uma alimentação exclusivamente à base de leite, materno e/ou de fórmula, iniciando a ingestão de outros alimentos. Ocorre geralmente entre os 4 e os 6 meses;

  2 - Alteração das texturas: por volta dos 8 - 10 meses, o Bebé deverá iniciar as refeições completas, pelo menos ao almoço, e mais tarde ao jantar. É, pois, chegado o momento de introduzir texturas mais granuladas, como açordas, purés, sopas com massinhas, fruta migada, que permitam a sua adaptação e transição para a dieta familiar;

  3 - Implementada a fase anterior, ao almoço e jantar, com novas texturas, o Bebé deverá ser estimulado a conviver com os restantes membros da família, partilhando as refeições. Sentindo-se o centro das atenções, rapidamente estará apto a comer de tudo...Tudo o que esteja em cima da mesa, tudo o que lhe chamar à atenção, tudo o que lhe derem...
  Por isso, Mamãs, é chegada agora a altura de implementar a última etapa, aquela que deverá permanecer ao longo de toda a vida...

  4ª fase: Adaptar a dieta da família à dieta do Bebé e não o contrário! Deste modo, procurar-se-á encontrar o equílibrio e a saúde alimentar que toda a família pode, e deve, usufruir.
  Mas...

  Como convencer a família a mudar os hábitos alimentares tão enraizados?

  Na minha opinião, para que tal resulte, algumas estratégias terão que ser subtilmente introduzidas:

  - Redução do teor de sal adicionado: esta será a medida mais importante, e urgente, e deve estar presente em todo o momento de consumo. Analise o rótulo dos produtos e prefira menores teores de sódio, diminua consumo de alimentos salgados (aperitivos, enchidos, etc.);

  - Substituição do sal: pode ser difícil, porque é perceptível, reduzir o sal que utiliza ao cozinhar. Enriqueça SEMPRE os seus cozinhados com legumes (ex. cenoura, alho francês, pimento vermelho, tomate, ervilhas, milho, cogumelos...) pois mesmo que resistam ao seu consumo, estará a vitaminar o caldo do preparado culinário, favorecendo a família e tornando a comida mais saborosa...Recorra também à utilização discreta de ervas aromáticas que perfumam a comida;

  - Prefira os métodos culinários mais saudáveis: evite os fritos. Quando o fizer, para quebrar a rotina, utilize a melhor gordura e complemente a refeição com legumes (que sabe que gostam), que têm a particularidade, no intestino, de diminuir a sua absorção. Prefira os grelhados, os cozidos que devem ser bem atractivos, e os refogados saudáveis, elaborados a partir de cebola pouco "frita";

  - Diminua ao consumo de gorduras: quer as visíveis, como molhos, quer as invisíveis, como a carne ou peixe gordo. E evite regar os cozidos, e os grelhados, com uma boa porção de azeite pois perdem toda a sua vertente saudável...

  - Cuidado com as bebidas: promova sempre o consumo de leite e sumos naturais, preparados em casa. E água. Bebidas que contenham açucar, gás e/ou cafeína deverão ser excluídas o mais breve possível. Dificultam a digestão e impedem a ingestão de alimentos importantes, ao reduzir o apetite!

  - Redução da ingestão de proteína animal: acabou-se o tradicional "bife a cavalo" português. E o bacalhau "com todos". Pense bem quando juntar ovos na comida...Se o fizer, procure um equílibrio e reduza a ingestão de carne ou peixe;

  - Estabeleça horários regulares para as refeições: esta é uma medida extremamente importante e hoje em dia completamente banalizada. A melhor forma para manter uma alimentação saudável é cumprir os seus horários: come-se menos, sobrecarregando a refeição seguinte, e impede-se que o organismo entre em stress...ou ainda não percebeu porque lhe surgem, inexplicavelmente, dores de cabeça, irritabilidade, fadiga...no final do dia? Um simples iogurte, uma fruta ou um sumo resolvem a questão...já para não falar no défice de atenção que as crianças poderão sentir na escola, depois de tantas horas de aulas...

  O processo de adaptação familiar pode ser moroso e de aplicabilidade difícil. Mas é uma questão de tempo. Importante mesmo é tornar a comida apelativa e convencer todos que eles podem sempre escolher o que se vai comer na refeição seguinte...pois a questão principal não é O QUE comer mas COMO comer...combinado? ;-)

Projecto babySol® - Segurança Alimentar e Nutrição Infantil
www.solangeburri.blogspot.com

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