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Crianças consomem três vezes mais sal do que deviam
01-08-2010
DN
  Limite ao sal no pão entra em vigor em Agosto. Pães tradicionais ficam de fora.

As crianças portuguesas consomem três vezes mais sal do que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O alerta é do presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH), que espera que a situação mude com a redução da quantidade de sal no pão, imposta por lei, a partir de 12 de Agosto. Devido ao consumo exagerado de sal, metade dos portugueses são hipertensos e o AVC é a principal causa de morte, salienta José Alberto Silva.

Tanto os adultos como as crianças, segundo dados revelados pela SPH, consomem diariamente cerca de 12 gramas de sal. Mas enquanto os mais velhos deviam consumir metade - seis gramas -, as crianças deviam ingerir apenas três gramas de sal por dia.

No dia 12 de Agosto entra em vigor a lei que estabelece como limite máximo uma quantidade de 1,4 gramas de sal por 100 gramas de pão, ou seja, 14 gramas por quilograma. Ficam excluídos da aplicação desta regra os tipos de pão reconhecidos como produtos tradicionais com nomes protegidos.

Para o presidente da SPH, José Alberto Silva, esta alteração vai fazer com que as pessoas comecem a consumir menos sal. Porquê a preocupação com o sal? Porque em excesso causa hipertensão, um dos factores de risco para a ocorrência de Acidentes Vasculares Cerebrais, a principal causa de morte em Portugal, indica o médico, uma realidade diferente do resto da Europa.

Aliás, cerca de 42% da população portuguesa é hipertensa e metade não tem consciência disso. Os problemas começam cedo: um estudo realizado com alunos de oito secundárias de Lisboa mostra que 11% dos alunos tinham já tensão alta e que 28% podem ser considerados pré-hipertensos.

Um estudo realizado no ano passado pela SPH mostra que, se cada pessoa consumisse menos dois gramas de sal por dia, a taxa de AVC cairia entre 30 a 40% nos próximos cinco anos."E porquê começar pelo pão? Porque o conteúdo de sal no nosso pão é muito exagerado", diz o presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão. A nutricionista Alexandra Bento concorda. "É a base da nossa alimentação, e é por isso o maior veículo de sal na nossa alimentação, logo seguido da sopa", diz. Ou seja, a presença de sal é mais grave porque é um alimento do dia-a-dia. "Há alimentos muitos ricos em sal, mas são alimentos para dias de festas, como os enchidos ou as batatas fritas ou as pipocas".

O teor de sal, no entanto, varia imenso "de um tipo para outro, de região para região, até de padeiro para padeiro", afirma a presidente da Associação de Nutricionistas. "Daí a utili- dade da lei." Mas, para Carlos Alberto dos Santos, líder da Associação do Comércio e da Indústria de Panificação, esta lei é "completamente desnecessária e inócua". O responsável garante que o pão feito em Portugal já tem menos de 14 gramas de sal por quilo. "Entre os nove e os 12 gramas, dependendo do fabricante", assegura. Baixar das nove gramas é tornar o pão insosso e perder clientes.

Além do teor máximo de sal no pão, a lei obriga a que os rótulos das embalagens de alimentos pré--embalados dêem informação objectiva e simples, que inclua dados sobre a quantidade relativa e a absoluta de sal na embalagem.

Cerca de 42% dos portugueses são hipertensos e metade não o sabe. Um estudo mostra que 11% dos jovens de oito escolas lisboetas já são hipertensos

Estatísticas do ano passado apontam para mais de 33 mil mortes por doenças cardiovasculares em Portugal, sobretudo Acidentes Vasculares Cerebrais

Se cada pessoa ingerir menos 2 gramas de sal por dia, a taxa de AVC cairá, em cinco anos, até 40%

Chama-se pão do coração porque não lhe é adicionado sal

Com uma massa dura, o pão alentejano leva mais sal

O pão de forma é ligeiramente doce e menos salgado

O pão doce leva menos sal do que os outros

O pão de cereais pode levar até 12 g


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