A Arte integra o currículo nacional de disciplinas obrigatórias, importantes para a formação dos cidadãos, não à toa, ela está presente em todos os níveis de ensino, da Educação Infantil ao Ensino Médio.
Aprender Arte significa muito mais que simplesmente saber de momentos culturais e diversas linguagens artísticas presentes em nosso cotidiano, mas oferecer aos alunos um canal de expressão que nenhum outro é capaz de propiciar, essas maneiras próprias de ver as coisas e os fatos ao nosso redor vão de encontro à necessidade intrínseca do ser humano de representar o meio em que vive, momentos de sua época e sua própria natureza humana.
É Legitimo e consta no Estatuto da Criança e do Adolescente o acesso à cultura, pois na formação cidadã, social e escolar esses procedimentos de investigação de técnicas, de estilos, de movimentos culturais e até mesmo do próprio Eu" de cada um, sustenta as bases do individuo em formação.
O gosto pela arte se dá nas experimentações, não se pode querer que o aluno goste de algo que nunca viu, de algo que desconhece, por isso a importância de sempre lhe oferecer estas oportunidades.
Os professores são intermediadores entre o estudante e o "novo" e toda novidade pode ou não ser bem vinda, saboreada, depende excepcionalmente da maneira como lhe é exposto, a afetividade interligada aos conteúdos traz bons resultados, pois torna-se muito mais fácil o aluno aprender com um professor que estima e confia.
O despertar para novos caminhos e expansão de horizontes concomitantemente as práticas ousadas do professor mediador dos conteúdos em sala de aula resultam em investimentos muito produtivos no que diz respeito ao aprendizado dos alunos.
Já na questão de produção artística, criadores e criaturas estão as disposições para a análise dos espectadores e neste caso refiro-me as questões de obra e aluno expostos para a apreciação do professor orientador e os demais colegas. Há de se ter cautela na maneira como será avaliado e sobretudo valorizar o processo de criação atentando o resultado final. Neste resultado final deve-se enaltecer que a obra de cada um é metaforicamente como a caligrafia e não serão iguais, porém todas têm suas representações e importâncias.
Neste estado de criação o aluno aos poucos começa a identificar sua obra como uma marca e se reconhece como autor capaz de produzir culturalmente.
Multiculturalidade é considerada uma palavra chave para que não ocorra, como corriqueiramente acontece, um etnocentrismo em relação a outros povos, outras culturas e diferentes formas de ver o mundo, estas considerações não ocorrem somente em relação a povos distantes e de outros tempos, em nosso próprio país há diferenciações de estilos, de maneiras e até de sotaques pela grandeza de nosso território nacional. Buscando respeitar as culturas regionais incentiva-se a valorização de suas próprias manifestações no âmbito escolar.
Alguns procedimentos enobrecem o contato dos alunos com a Arte, grandes exposições, divulgação dos alunos artistas em formação e interação com outros profissionais estão dentre o ciclo que colaboram para o aprendizado, além do mais, ambientalizar o espaço artístico (ateliê) também é relevante ao desenvolvimento prazeroso do aluno para com o objeto de estudo.
Quanto aos instrumentos físicos, outros materiais e trabalhos em produção é preciso que aja organização e disciplina, caracterizando também o conceito ético do respeitar as produções alheias a turma.
O brotar de seres sensíveis é peculiarmente possível, uma vez que lidamos com a arte de dentro pra fora (nos insights e idéias que estão submetidos) e de fora pra dentro (com os conteúdos e demais temas apresentados para estudo) este germinal à medida que os apontamos, começam a transformar a maneira de ver os detalhes da vida e em muitos casos encontram caminhos a seguir, incentivos e porto seguro.
Ser cidadão e estar conectado a arte é em primeira ordem decifrar o código que somos, mapeando as trilhas de nossos dias, as senhas são nossas relações com o mundo e as chaves são os seres que moram nele.