A organização não governamental para o desenvolvimento (ONGD) Helpo procura padrinhos para 440 crianças que deixaram de ser apoiadas no âmbito do programa de "apadrinhamento à distância" que desenvolve nas províncias moçambicanas de Nampula e Cabo Delgado.

"Entre Janeiro de 2011 e Abril de 2012, muitos padrinhos viram-se forçados a deixar de efectuar as suas contribuições", pelo que a Helpo "tem procurado gerir estes apadrinhamentos, encontrando novos padrinhos que possam dar continuidade ao apoio a estas crianças", afirma a ONGD em comunicado.

Joana Lopes Clemente, coordenadora geral da Helpo, disse à agência Lusa que a associação tem procurado que a redução dos contributos não afecte as crianças, "que não têm qualquer responsabilidade na crise".

Os efeitos estão a sentir-se essencialmente ao nível da estrutura da organização e obrigam a repensar e redimensionar os projectos que a Helpo projectava realizar este ano, como o da instalação de sistemas para aproveitamento de águas pluviais.

Segundo disse, na maioria dos casos, os padrinhos simplesmente deixaram de dar a sua contribuição mensal, pelo que a associação está a contactá-los no sentido de saber se abandonaram o projecto ou se querem reformular o seu apoio.

Por outro lado, a Helpo está a contactar as empresas estrangeiras presentes na zona, sobretudo as que estão a construir estradas, no sentido de conseguir financiamento que permita avançar com alguns dos projectos.

Além da instalação dos reservatórios para aproveitamento de águas pluviais, a associação quer concretizar a construção de um campo multidesportos numa das escolas em que está previsto o ensino oficial da educação física mas não existem espaços nem material.

Em causa está a reconstrução de um edifício escolar de 1964, em risco de ruir, e a construção de uma sala multidisciplinar, que serviria para as aulas das crianças, o ensino nocturno e o desenvolvimento de actividades, adiantou.

O programa de apadrinhamento à distância -- disponível em www.helpo.pt - prevê apoios mensais a partir de 13 euros, estando actualmente um total de 3.675 crianças a receber apoio.