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Crise pode aumentar taxa de natalidade em mulheres mais velhas
16-02-2012
Diário Digital
  A crise poderá provocar um aumento de natalidade entre as mulheres mais velhas, que "não podem esperar muito mais", e uma redução entre as mais novas, defendeu a presidente da Associação Portuguesa de Demografia.

Portugal vive um grave problema de envelhecimento da população. As mulheres têm cada vez menos filhos e a opção de ser mãe é tomada cada vez mais tarde. Com a atual crise económica, a situação poderá agravar-se.

"Tínhamos uma expectativa de recuperação de fecundidade nas faixas etárias mais jovens, mas penso que o desemprego e a precariedade podem ter um efeito negativo que leve a que as mulheres que estão no período ótimo da fecundidade, na faixa etária entre os 25 e os 30, continuem a adiar", disse à Lusa a presidente da Associação Portuguesa de Demografia, Maria Filomena Mendes.

A "incerteza face à economia e ao futuro pode ser muito marcante em termos da decisão de fecundidade e pode ter uma implicação não no número de filhos que as pessoas vão acabar por ter no fim da sua vida fértil, mas no número de filhos que têm agora. Poderão adiar mais uma vez", explicou Maria Filomena Mendes.

A situação acabará por se "refletir numa diminuição de nascimentos no país". No entanto, a presidente da Associação Portuguesa de Demografia acredita que as mulheres mais velhas poderão vir a contrabalançar a situação.

Consciente de uma possível diminuição da fecundidade provocada pelas portuguesas mais jovens, Maria Filomena Mendes olha com esperança para as mais velhas.

"A crise poderá ter um efeito nos casais, em particular nas mulheres que ainda não tem filhos e que querem ter pelo menos um filho e que já adiaram muito", defendeu.

As mulheres com mais de 35 anos, que "não podem adiar muito mais" só têm duas opções: "ou renunciam completamente a ter filhos ou independente da crise poderão recuperar esse adiamento e terem pelo menos um filho mesmo em tempo de crise".

"Contrariamente ao que seria espectável, poderemos ter nessas faixas etárias um aumento do número de nascimentos", defendeu.

Ou seja, "a crise pode ter aqui dois efeitos" e "o futuro vai ser uma conjugação destes dois efeitos".

Adiar o nascimento do primeiro filho é uma tendência que se vem registando nas últimas décadas em Portugal: nos anos 60 era habitual as mulheres serem mães aos 25 enquanto nos últimos tempos a maioria decide ter filhos quando passa a barreira dos 30.


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