Anualmente pelo menos 52 crianças morrem ou são internadas devido a afogamento, estimando-se que nos últimos nove anos mais de 180 crianças e adolescentes morreram por afogamento, segundo a Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI).
Segundo um relatório da APSI, entre 2002 e 2010 verificaram-se, pelo menos, 177 afogamentos com crianças e jovens com desfecho fatal em Portugal, podendo este número na realidade ultrapassar as 180 mortes.
"Nos últimos cinco anos, a média estimada de mortes por ano por afogamento é de 17", diz o relatório, observando que o número de mortes tem-se mantido relativamente estável desde 1005, altura em que se verificou um decréscimo de casos fatais (de 27, em média, em 2002/2004 passou para 17 em 2005/2010).
Nos casos de morte por afogamento que ocorreram na época balnear nas zonas marítimas e fluviais sob jurisdição do Instituto de Socorro a Náufragos (ISN), mais de metade aconteceram com jovens entre os 15 e os 18 anos (relativamente à população 0-18 anos), rapazes e em zonas não vigiadas.
Segundo os dados, por cada criança que morre, uma a duas crianças são internadas. Entre 2002 e 2008 243 crianças e jovens foram internados na sequência de um afogamento.
O estudo indica que o maior número de afogamentos atinge os rapazes (65 por cento dos internamentos e 70 por cento recortes de imprensa).
A faixa etária mais atingida é a das crianças até os quatros anos, sendo que o grupo dos 15 aos 18 anos foi aquele onde se registou o menor número de afogamentos.
O relatório revela que quase metade dos afogamentos (49 por cento) ocorreram nos planos de águas construídos (tanques, poços, piscinas), enquanto 44 por cento verificaram-se em planos de água naturais (praias, rios/ribeiras/lagoas).
Em termos gerais, é nos rios/ribeiras/lagoias e tanques/poços que se regista maior número de afogamentos (27 por cento e 25 por cento, respectivamente),logo seguida das piscinas (23 por cento). A praia é o local ode se verificam menos afogamentos (18 por cento).
Nas piscinas, os afogamentos acontecem mais com as crianças até aos quatro anos (57 por cento), assim como nos tanques e poços (61 por cento).
Nos rios/ribeiras/lagoas acontecem mais com crianças dos 10 aos 14 anos (42 por cento) e nas praias com os jovens dos 15 aos 18 anos (25 por cento).
O afogamento é responsável por meio milhão de mortos por ano, em todo o mundo, sendo a segunda causa de morte acidental nas crianças.