Três centenas de jovens vão ter hoje formação sobre os riscos da exposição solar, para depois o ensinarem a 14 mil crianças em todo o país, uma iniciativa da Cruz Vermelha, com o apoio de uma dermatologista.
Trata-se de um programa nacional que decorre há sete anos e que já abrangeu perto de cem mil crianças, mas que este ano tem a novidade de a formação dos voluntários ser dada por uma dermatologista, explicou à Lusa Cristina Louro, vice-presidente da Cruz Vermelha e responsável pelo projeto.
"Este ano temos a colaboração de uma dermatologista, que vai apoiar cientificamente o projeto. Vai dar formação aos jovens, que vão replicar o projeto nas praias, em piscinas, em praias fluviais, nas escolas", disse.
A formação destes jovens, com idades entre os 15 e os 35 anos, decorre durante o dia de hoje. A partir do dia seguinte, os voluntários começam a deslocar-se aos locais onde decorrem colónias de férias para ensinar aos mais pequenos quais os cuidados que devem ter com o sol.
Informações como as horas em que não devem estar expostos, as roupas que devem usar, os riscos das queimaduras, o uso de protetor solar de duas em duas horas, o chapéu, os óculos, a proteção específica dos lábios e das orelhas ou a necessidade de beber muita água serão transmitidas "sempre de forma lúdica", para que as crianças se interessem e se divirtam simultaneamente.
"Os agentes de formação vão deslocar-se a espaços ao ar livre, nas praias, nas escolas, e fazer jogos com as crianças que as estimulam a ter cuidados. A ideia não é dar palestras", especificou a responsável, acrescentando que as educadoras, os professores e os familiares serão também sensibilizados e envolvidos no projeto.
A atuação dos jovens no terreno tem por base as 150 delegações da Cruz Vermelha, que trabalham muito próximas das comunidades e que, por sua vez, conhecem bem as praias e os espaços onde devem intervir. A partir daí, os jovens deslocam-se aos locais indicados, em 47 localidades, de norte a sul do país.
A Cruz Vermelha Portuguesa conta este ano abranger perto de 14 mil crianças, entre os 5 e os 12 anos, uma estimativa que é calculada com base nos anos anteriores.
Apesar do retorno positivo que a Cruz vermelha tem tido destas ações de formação e educação, Cristina Louro reconhece que é um "trabalho difícil, porque a prevenção implica mudança de mentalidade".
"Por isso, é preciso uma intervenção profunda, é preciso que as pessoas percebam que o bronzeado é bonito, mas é perigoso", e que o risco que correm em adultas de ter um cancro de pele deve-se muito a terem apanhado muito sol em pequenas", afirmou.