Criança distribui preservativos numa campanha de combate à Sida em Bucareste, Roménia, país da Europa que detém uma das taxas mais elevadas de infecção por VIH em crianças e adolescentes.
Em 2010, cerca de 15% das novas infecções pelo Vírus de Imunodeficiência Humana (VIH) em todo o mundo foram em crianças com menos de 15 anos, refere um relatório internacional divulgado hoje.
Apesar dos novos casos, perto de 390 mil, o valor é bastante inferior face ao pico registado entre 2002/2003, altura em que foram verificadas 560 mil novas infecções em crianças, segundo o relatório "2011-Global HIV/AIDS Response", da responsabilidade da ONUSida, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e da Organização Mundial de Saúde (OMS).
O documento, divulgado em Genebra, na véspera do Dia Mundial da Sida, que se assinala em 1 de Dezembro, constata que também houve uma diminuição significativa nos números totais.
No ano passado foram registadas um total de 2,7 milhões de novas infecções pelo VIH, o número mais baixo desde 1997 e uma redução de 21% em relação ao pico atingido nesse ano.
Desde 2001, a incidência anual do VIH caiu em 33 países, 22 deles localizados na África subsaariana.
A região continua, no entanto, a suportar mais de dois terços (70% ou 1,9 milhões) das novas infecções.
Em outras regiões, a incidência está novamente a acelerar, como é o caso dos países da Europa de leste e da Ásia central, depois de uma diminuição nos primeiros anos de 2000, tal como estão a surgir novas infecções no Médio Oriente e no norte de África, refere o mesmo relatório.
No final de 2010, cerca de 34 milhões de pessoas viviam com o VIH, o número mais elevado de sempre que, segundo os especialistas, se deve ao aumento da sobrevivência. Destes casos, mais de 3,4 milhões são de crianças com idades inferiores a 15 anos.
A região do mundo mais afectada continua a ser a região da África subsaariana, onde se registam cerca de dois terços (68% ou 22,9 milhões) dos casos de pessoas infectadas com o VIH. Mais de metade (59%) das pessoas infectadas são mulheres.
Na região que inclui a América do norte e a Europa ocidental e central (onde está incluindo Portugal) viviam com o vírus 2,2 milhões de pessoas, mais 34 por cento do que em 2001 (1,6 milhões). Mais de metade (cerca de 1,2 milhões) viviam nos Estados Unidos.
No mesmo ano, 1,8 milhões de pessoas morreram de doenças relacionadas com a sida, contra 1,9 milhões em 2009 e 2,2 milhões em 2005.
Apesar desta diminuição significativa, os níveis de mortalidade, entre 2001 e 2010, aumentaram 11 vezes na Europa de leste e na Ásia central e mais que duplicaram na Ásia oriental.
No Médio Oriente e no norte África, as mortes relacionadas com a sida aumentaram 60% (de 22 mil para 35 mil).
No final do ano passado, o número de pessoas que tinham acesso a tratamento antiretroviral em países de baixo e médio rendimento, segundo os termos utilizados no relatório, atingia os 6,65 milhões, o que significa que este número aumentou 16 vezes nos últimos sete anos.
Com base nestes valores, o relatório indica que quase metade (47%) das pessoas que necessitam do tratamento tem acesso à terapia antiretroviral, mais 1,35 milhões (ou 39%) que em 2009.
No total, 7,4 milhões que viviam com o vírus VIH receberam terapia antiretroviral, incluindo aqueles que viviam em países desenvolvidos.
O relatório destaca ainda que, em 2010, quase 50 por cento das grávidas que viviam com o vírus estavam a receber tratamento para prevenir a transmissão mãe-filho.