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A criança e o uso de mochilas escolares
Março, 2012
Instituto de Apoio à Criança - Centro de Estudos e Documentação sobre a Infância

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  A mochila é dos utensílios de transporte de material didático mais utilizado pelos estudantes, nos seus trajetos de casa para a escola e vice-versa. Quando comparadas com outros meios de transporte de livros e cadernos (na mão, em malas de mão ou a tiracolo), têm inegáveis vantagens: permitem a repartição simétrica do peso por ambos os ombros, deixando livres as mãos.

  Para muitos estudantes, esta é a única forma de transportar o (muito) material didático necessário às suas atividades escolares. Essa mochila é, normalmente, transportada de várias formas, algumas das quais subvertendo a técnica recomendável, a de colocá-la às costas, com as alças ajustadas em ambos os ombros. Nomeadamente, realizando o seu transporte com esta apoiada num só ombro.

  Para além da forma incorreta de transportar a mochila, tantas vezes utilizada pelos estudantes, o peso excessivo agrava a sobrecarga que se manifesta durante a locomoção. Vários investigadores têm produzido estudos que demonstram que, deste facto, resultam determinadas alterações ao nível da postura estática e durante a marcha.

  Da prática recorrente e prolongada desses mecanismos de sobrecarga, muitos jovens parecem manifestar sinais claros de dor que associam com frequência ao uso das mochilas pesadas e que resultam, em muitos casos, em idas a consultas médicas, clínicas de reabilitação física, etc.

  Este é um problema atual de bem-estar infantil e de prevenção futura, que atinge milhares de crianças e jovens. As queixas manifestadas pelos alunos, acerca do desconforto sentido e das dores relacionadas com o transporte das suas mochilas escolares, bem como de evidentes compensações posturais ao peso que estas transportam, têm levantado suspeitas da existência de uma realidade que atenta contra a qualidade de vida de um número relevante de estudantes.

  Para além da importância de se realizar corretamente o transporte da mochila, é fundamental que a carga transportada na mesma não ultrapasse determinados limites de peso. A maior parte dos estudos produzidos, aponta para limites de carga transportada por crianças, em torno dos 10 a 15% do seu peso corporal.

  As crianças e jovens precisam de limitações para o peso das mochilas, sensíveis à sua idade, peso, padrão de crescimento e nível de força. Tem sido considerado que o transporte de cargas a partir de determinada intensidade, coloca pressões adicionais sobre as estruturas ósseas da coluna vertebral das crianças e adolescentes, tomando-os propensos a alterações na postura. Muitas vezes associados a alterações posturais encontram-se problemas de dores nas costas, nos ombros e no pescoço. A escoliose funcional é outro problema associado ao uso incorreto das mochilas.

Fonte:
O transporte de cargas em mochilas escolares e o desenvolvimento motor harmonioso das crianças: Estudo das repercussões biomecânicas agudas na marcha e na equilibração, com cargas diferenciada (2002) - Dissertação de Mestrado de Tiago Ferreira Lopes.

(Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico)

in InfoCEDI Janeiro / Fevereiro 2012 nº 38
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